terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Leva-se muito tempo para ser jovem...

Muitos de nós nos preocupamos com a relação entre a idade cronológica e a maneira como levamos a vida. Já me perguntaram de várias maneiras diferentes como que eu lido com a questão. Perguntas sutis como “você não se acha muito metido a garotão?” outras mais diretas, como por exemplo, “você ficou assim depois que se separou?”, fazendo referência àqueles coroas barrigudos de 184 anos que acham que a fonte da juventude está numa bermuda comprada numa loja para surfistas. Nada de preconceito pessoal, só acho engraçado...

Não, definitivamente não me enquadro em nenhum destes casos. Na verdade não tenho problema algum com minha idade. Muito pelo contrário, estou assumidamente com meus 44 anos, produzindo mais do que nunca, de bem com a vida e amando uma mulher linda, inteligente e jovem. Muitas vezes me questiono sobre o limite tênue entre minha idade física e minha idade percebida (por mim mesmo). Não encontrei respostas até hoje. Talvez porque não queira aceitá-la. Mas honestamente acredito que seja porque vivo a vida do jeito que ela me é oferecida. Não sei se me comporto como um adolescente, mas com certeza muitos adolescentes não se comportam como eu. Problema deles, eu estou feliz!

Tenho comentado isso com alguns amigos, na esperança de que me olhem com piedade e me recomendem um bom médico, mas o que mais escuto é: “poxa, que legal, vai fundo, é por aí mesmo.”

Claro que tudo isso tem um preço. Meu corpicho já começa a reclamar das noitadas, principalmente quando, com esse meu jeitinho insano de ser, viro três noites direto. Mesmo a garotada dos 18 anos ia pifar. E claro que eu pifo também. Mas é muito booooommmm!!!

Não sei até quando vou agüentar este ritmo, mas não me imponho limites. Procuro respeitar meus desejos, minhas vontades e simplesmente faço o que quero, visto o que quero e me comporto como quero. Brinco com meus amigos dizendo que serei assim só até os 65, que depois eu vou dar um tempo. Essa brincadeira está ficando séria e os 65 vão chegar um dia. Só que agora me questiono como chegarei aos 65. Do jeito que estou, acho que meio acabadinho :-) Mas vale... tudo vale. A felicidade consiste em viver o momento. Claro que quero, mas não dá para planejar ser feliz aos 65, então vou sendo feliz agora, do meio jeitinho...

Todas as vezes que tento ficar em casa, ou chegar mais cedo de um programa, isto não me satisfaz. Se visto uma roupa mais “normal” passo o dia inteiro incomodado. Se fico mais sério, todo mundo me pergunta o que está acontecendo. Ah que saco! deixa eu ser do meu jeitinho, colocar minhas roupinhas moderninhas, fazer minhas noitadas, ouvir minha música eletrônica e falar um monte de merda. É ótimo!!!

Gente, a frase título deste post é do Pablo Picasso, ela diz tudo! Me sinto jovem agora, aos 44, com força total. Nem a roupa, nem o tipo de música são importantes ou fazem diferença na minha vida. Por dentro estou jovem, por dentro sou feliz e vivo minha vida plenamente, sem limites e sem restrições. E claro, com muita responsabilidade. Da maneira mais correta possível. Ser e se sentir jovem não me dá o direito de ir para as Raves e me drogar que nem um louco. Mas deixar de ir para as minhas noitadas não é negociável.

Muita juventude para todos vocês!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Vamos nos exercitar?



Nos dias de hoje fica tão difícil encontrar gentileza nas pessoas. O dia-a-dia corrido, os milhões de compromissos e o dia que nunca cabe nas 24 horas cronológicas. Tendemos a não perceber nossa falta de gentileza simplesmente porque alguns fatos corriqueiros nos passam despercebidos. Não precisamos ser extremistas, muito menos piegas, mas ser gentil com os outros nos faz bem e normalmente recebemos uma outra gentileza como troca. Eu particularmente acho um pouco estranho entrar num cubículo de pouco mais de um metro quadrado onde se espremem oito, dez pessoas, algumas cheirosas, outras nem tanto assim. O dia lá fora está lindo, você está de bem com a vida e de repetente você solta: Bom dia! ... e ninguém responde. Gente, estamos num elevador, o dia está começando, a vida está começando! E ninguém te desejou bom dia??

Ok, não é fácil, muito menos normal. Mas deveria ser...

Vamos exercitar: Vamos para a Av. Rio Branco na hora do almoço. Todo mundo correndo para fazer os malabarismos no pouco tempo disponível para o almoço. Se você percorrer 4 ou 5 quarteirões provavelmente vai notar 5.894 mãozinhas estendidas te oferecendo aqueles papeizinhos com ofertas imperdíveis de empréstimos e compra de jóias. Calma pessoal, não é para pegar os folhetinhos, mas não custa nada dizer: Não, obrigado. O cidadão também já deve estar de saco cheio de ficar tentando entregar aquela porcaria, e mais de saco cheio ainda das grosserias que recebe. Tem gente que se esquiva tanto que parece até que o cara é leproso. Mas pense um pouquinho, o cara está trabalhando, só isso. Um simples “não, obrigado” deveria ser inerente ao fato de alguém estar te oferecendo algo que não é do seu interesse.

Um simples “bom dia”, ceder o lugar no ônibus, agradecer por uma gentileza recebida. São gestos simples mas de profunda importância. Algumas pessoas estão se tornando amargas, mal-humoradas e indelicadas. Não compactuo com isso e não faço parte deste time. Sempre que possível procuro me policiar e me corrigir.

Este é o exercício, tem que ser diário, incansável.


Beijocas para todos!



segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Amigos... tudo de bom!


Desde nossa infância construímos amizades. Algumas perduram até hoje, outras se perderam com o tempo. Mas também adquirimos amizades recentes. Pessoinhas especiais que conhecemos meses atrás e temos tanta afinidade que já chamamos de amigo. Quantos de vocês são meus amigos “recentes” e que eu gosto tanto? Não existe tempo para determinar quando alguém é promovido de “colega” para “amigo”. Nós simplesmente trocamos uma energia boa (e às vezes algumas farpas) e nos tornamos amigos. Simples assim.

É muito bom saber que podemos dividir nossos probleminhas, nossas angústias e também nossas alegrias, nossos momentos especiais. Amigo é isso, é aquela pessoa que está lá, no chopp ou no hospital do seu lado te dando a maior força quando você resolveu finalmente acreditar que aquele nariz era realmente muito grande para você... mesmo sabendo que o seu amigo era o primeiro a te chamar de narigudo!

Fazer amigos não é uma tarefa muito difícil. Tem um montão de gente boa por aí. Difícil mesmo é manter a amizade, é entender que mesmo sendo um relacionamento sem sexo (pelo menos conceitualmente) ele não difere em praticamente nada dos relacionamentos amorosos. Afinal de contas, amamos nossos amigos. E amar, seja de que maneira for, é se doar, é entender o outro, e sim, estar à disposição do outro para quando ele precisar, seja lá de que maneira for.

Manter uma amizade é exercitar diariamente a tolerância, a gentileza e acima de tudo, a compreensão. Claro que não sou o seu amigo perfeito que faz tudo isso. Para mim ainda é um “objeto” de desejo ser assim com meus amigos, mas é uma prática constante que mesmo sabendo que não a exercito o quanto eu gostaria, procuro invariavelmente fazê-la acontecer. Mas não é fácil... até porque alguns amigos podem não estar muito abertos, receptivos, ou ainda “entendendo” o amor entre amigos. Isto não me desanima, não me cansa. Tenho muito amor para dar para quem quiser, mas também quero o de vocês!!!

É tão bom quando podemos ajudar aqueles que amamos, seja com um papo na Tasca do Edgar, seja naquela conversa mais séria ao pé-de-ouvido, ou ainda com aquela graninha que salva o amigo do sufoco na hora certa. O amigo não precisa ter grana, mas precisa estar disponível, precisa estar lá quando você procura por ele. Mas não se esqueça de que você também é amigo dele, e se por algum motivo for impossível do amigo estar lá, segura as pontas, ele continua sendo seu amigo, ok?! Por isso precisamos de muuuuuuuuuitos amigos!!!

É muito bom também quando “toleramos” aquele amigo que está meio chatinho porque está passando por um momentinho difícil e naquela hora sabemos que ele precisa de nós, os verdadeiros amigos dele. Então nos superamos e ficamos do lado dele, com o coração cheio de amor e de compreensão dando a maior força, ouvindo tudo que ele precisa falar e no final das contas ele já está rindo de novo e te agradecendo por tê-lo ouvido. É muito bom exercitar a tolerância e ganhar de um amigo um sorriso, ver que ele ficou bem. É muito bom mesmo!!! Quantas vezes já não nos aconteceu de um amigo não estar bem e te procurar para aquele papo-cabeça justamente no dia em que você está se sentindo um cocô mas precisa ser forte para dar uma “levantada” na estima do amigo? É assim que funciona, depois você pede forra...

E a gentileza? Como é bom ser gentil com as pessoas que amamos, e claro, com as que não amamos tanto assim também :-) Mas ser gentil com um amigo tem um sabor especial. Queremos agradá-lo, queremos vê-lo mais feliz. Exercitar a gentileza também não é fácil, requer uma dose extra de dedicação, de bom-humor e porque não de pró-atividade. Vamos ser gentil pessoal, vamos agradar aqueles que amamos, vamos ligar e dizer um simples: Bom dia! E a recompensa é imediata, o coração se sente bem, de bem com a vida! E pessoal, não vamos esquecer que papai, mamãe, filhos, parentes e acreditem, até vizinhos, também são nossos amigos! Vamos tentar lembrar quando foi a última vez que falamos para eles: Eu te amo! ...não lembra? que coisa feia, faz tanto tempo assim???

Mas como todo relacionamento, amigos também brigam, se desentendem e se magoam. Sim, amigos se magoam sim! Ainda que involuntariamente, naquele dia de mal-humor, ou ainda quando falamos algo para o amigo (que pode ter sido difícil de ouvir) e ele retruca com palavras duras, às vezes verdades que precisávamos ouvir, e ficamos magoados. Cabe a nós, seres imperfeitos que somos, compreender que aquele amigo pelo qual sentimos amor também nos ama e que jamais faria algo propositalmente que nos magoasse. E por isso é nosso amigo, por isso precisamos exercitar a tolerância e procurar esquecer e enterrar as mágoas. Será que tudo que ele me proporcionou até hoje não era verdadeiro? Ele era um mentiroso? Ou é preciso dar “um tempo” e tentar entender que ele não estava bem, ou foi infeliz naquele dia? Acho que sim, ele é meu amigo de verdade, então ok, está perdoado... nossa, isso é muito difícil...

Acredito que os relacionamentos verdadeiros, incondicionais, são aqueles que quando ambos se magoam, ambos se perdoam e ambos se amam. Não existe relacionamento verdadeiro quando existe a mágoa, mas não existe espaço para o perdão. Não existe alegria na amizade se o seu amigo está disposto para você apenas para um choppinho, mas não no momento de crise. Não existe amor numa amizade onde o relacionamento é intolerante às nossas faltas, às nossas falhas. Pois é meus amigos queridos, espero nunca ter magoado vocês, mas não prometo que um dia não o farei. Mas posso prometer que não quero magoá-los jamais. Como disse antes, tenho muito amor para dar para todos vocês. Amor sincero de um amigo verdadeiro.

Digo e repito: Amigos... tudo de bom!

Obrigado por vocês estarem na minha vida.


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Cadê o o outro?

Essa é uma pergunta que alguns devem estar se fazendo: cadê o grande amor das nossas vidas? Onde está nossa cara-metade? Porque é tão difícil encontrar aquela pessoa especial que nos faz perder o chão? Ou melhor, “achar” o chão!

Pois é, eu também não tenho esta resposta. Mas tenho muitas dúvidas.

Posso começar relatando minha enorme dificuldade em entender porque entre tantos amigos queridos que tenho, pessoas realmente especiais, e mais do que isso, pessoas realmente interessantes, tantos ainda estão sozinhos, ainda não encontraram seu par. Onde está o problema? Qual a definição correta de uma pessoa “interessante”? Talvez para muitos de nós o “interessante” da pessoa esteja no papo agradável, no conhecimento, na cultura, nas atitudes, no caráter, na beleza e provavelmente em uma lista sem fim de atributos que desejamos encontrar no outro. Mas cabe outra consideração importante: e nós? O que temos a oferecer? O quão interessante nós somos?

E talvez por tudo isso aí de cima caímos num paradoxo difícil de entender: quanto mais exigimos, mais difícil fica encontrar. E provavelmente também não vamos atender a imensa lista de virtudes desejadas pelo outro. Onde tudo isso vai parar?

E onde achar esta pessoa? No bar, entre os amigos dos amigos, na faculdade, no metrô ou seria melhor na internet? Gente, isso é muito louco! Preciso de respostas para tudo isso, mas provavelmente esta é uma das muitas perguntas que têm muitas respostas, ou pior, uma daquelas perguntas que simplesmente não tem resposta.

Quantos de nós já nos apaixonamos, já nos entregamos, e juramos que tudo era recíproco? Se era, então porque “era” e não é mais? Outra perguntinha difícil de responder, mas fácil de entender. Existe uma infinidade de motivos que levam ao fim. A começar pelo começo: era realmente a pessoa certa? Talvez não, senão ainda estaria do seu ladinho. Mas, peraê!! Era a pessoa certa!! Até hoje eu acho que é!! Ué, então cadê ela? Era a pessoa certa para quem? Para você, ou para ela? Sim, para você que está apaixonadão por ela, sim, ela pode ser a pessoa certa, só que ela pode não pensar da mesma maneira que você e achar que ela mesmo não é a pessoa certa para você... e então... tchau! Confuso, não?!

Pois é pessoal, tudo muito complicado, né?! Mas tem uma outra situação ainda mais complexa para a minha cabecinha. É quando conhecemos aquela pessoa super-mega-hyper-phoda interessante e não dá certo. Quem errou? Onde errou? A pessoa é perfeita, tem tudo que você procura, mas ainda assim você perdeu o interesse nela, ou ela por você. Porquê cara? Sabe quantas destas vão aparecer na sua vida de novo? Pois é, já aconteceu comigo também. E não tenho explicações. Pior ainda, me cobro porque não tenho interesse por ela. Ela tem tudo que eu quero... Êpa, ninguém falou nada até agora sobre sexo, sobre “química”, sobre afinidades que fogem das explicações tradicionais! É verdade gente, além do outro ter que passar por uma verdadeira bateria de testes, o beijo tem que ser maravilhoso, o sexo tem que louco e claro, ele tem que ser um deus grego e ela a garota da capa! É gente, acho que tá ficando difícil...

Tudo bem, tudo bem... eu sei que muitos de nós dizemos: ah, eu não ligo se o cara tem uma barriguinha ou se ela tá com uns furinhos na bunda... humm, humm... eu também digo a mesma coisa. E de fato acredito nisso e me sinto aberto a conhecer qualquer pessoa, a me permitir tudo. Mas peraê de novo!!! O beijo ainda tem que ser maravilhoso e o sexo tem que ser uma loucura mesmo. Os furinhos e as barriguinhas existem mesmo e estatisticamente você vai entrar numa briga desleal para achar um par sem estes atributos, diríamos, não desejáveis. A propósito, para o “outro”, de fato isto pode não importar tanto assim. Ufa, que bom! Até que enfim temos uma chance de sermos “encontrados”.

E por falar em “encontrar”, você já se perguntou se aquela pessoa que te olhou no metrô ontem, ou na padaria anteontem não era a sua cara-metade? Caramba gente, mas como flertar com alguém na padaria? Eu pergunto qual o tipo de pão que tem menos calorias ou no metrô pergunto onde é o “Paraíso”? Cuidado que ela pode responder que realmente você não deveria nem estar comendo pão porque já passou do peso há muito tempo ou que o tal “Paraíso” existe, só que no metrô de São Paulo! Mas ainda assim gente, será que não deveríamos ter tentado um “approach”? Quantas vezes já não nos arrependemos de nossa inércia?

E quanto tempo alguns de nós teremos que esperar por este encontro? Não é justo achar que você tem um montão de amor para dar para alguém que de fato mereça, mas este alguém não quer ou simplesmente este alguém não aparece. Como entender que você pode fazer alguém feliz, transformar a vida dela... mas ela não quer... difícil de entender...

Os fatos são:

1 - Não existem regras
2 - Não existe tempo
3 - Não existem respostas para todas as perguntas
4 - Se você acha que este “alguém” já passou na sua vida e se foi, então este “alguém” virou “ninguém” e abriu espaço na sua vida para outro “alguém”.
5 - Existe “alguém” em algum lugar, que num determinado momento vai aparecer na sua vida, nas nossas vidas. Não importa o quão distante esteja este “tempo”, nós nascemos para ter uma outra pessoa. Deus nos fez assim, e assim Ele quer que tudo funcione. Então Deus, dá uma forcinha aê, porque não tá fácil não...


Paz nos nossos corações.